Competir num mercado global, cada vez mais dinâmico e com constantes avanços tecnológicos, é um desafio que as empresas enfrentam diariamente. O crescimento das organizações requer a adoção de inovações e estratégias disruptivas.
Neste artigo iremos apresentar-lhe o conceito de Inovação Disruptiva, explicando a origem do conceito, a sua definição, as diferentes tipologias e o exemplo de um caso de sucesso.
Origem do conceito de Inovação Disruptiva
A teoria de Inovação Disruptiva foi definida pela primeira vez por Clayton M. Christensen, professor de Administração de Empresas na Harvard Business School e consultor de gestão, no artigo “Disruptive Technologies: Catching the Wave”, em 1995.
Em 1997, o autor publica o livro “The Innovator’s Dilemma: When New Technologies Cause Great Firms to Fail”, considerada uma das obras mais influentes do século XXI nesta área.
Desde então, o autor foi premiado cinco vezes com o McKinsey Award, recebeu o Lifetime Achievement do Tribeca Filmes Festival e foi considerado pela Forbes como um dos teoristas da área de gestão mais influentes.
Mas afinal, o que é a Inovação Disruptiva?
Clayton M. Christensen (1997) definiu Inovação Disruptiva como:
“O processo pelo qual um produto ou serviço entra num mercado, inicialmente na sua base e subindo depois, de forma implacável, até eventualmente substituir concorrentes já estabelecidos”
Isto é, a Inovação Disruptiva carateriza-se por criar novas categorias de mercado baseadas em mudanças tecnológicas descontínuas ou em modelos de negócio disruptivos. Assim, neste tipo de inovação são criados novos modelos de negócios que levam à prospeção de novos mercados.
Este conceito está também relacionado com a adoção por parte de novos clientes e com a transformação de antigos modelos de negócio.
No fundo a Inovação Disruptiva gera uma mudança drástica que introduz um novo paradigma face aos mercados ou indústrias existentes e procura responder a uma necessidade anteriormente inexistente, o que modifica o modelo de negócio vigente.
O que é Inovação Disruptiva Low-end e Inovação de Mercado Novo?
Existem dois tipos de Inovação Disruptiva: a Inovação Disruptiva Low-end e a Inovação de Mercado Novo.
- A Inovação Disruptiva Low-end surge em casos em que determinados produtos são demasiado completos para um determinado segmento de clientes. Isto é o que acontece por exemplo relativamente aos smartphones que são muito complexos para a maioria dos nossos avós. As inovações Low-end consistem em oferecer aos clientes produtos ou serviços mais simples, com menos funcionalidades, menos potentes, mas que satisfaçam as suas necessidades. O preço destes produtos ou serviços é relativamente baixo.
Um exemplo deste tipo de inovação é o conceito low-cost presente nas lojas Walmart.
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A Inovação de Mercado Novo surge quando as características dos produtos existentes no mercado limitam o número de potenciais consumidores ou obrigam a que o consumo seja feito de forma inconveniente e centralizada. Este tipo de inovação facilita a realização dos jobs dos consumidores, tornando processos habitualmente complexos em processos simples e baratos.
Um exemplo deste tipo de inovação foi a primeira fotocopiadora da Xerox.
Netflix – Um caso de sucesso
A Netflix é um dos exemplos de sucesso mais conhecidos na adoção de uma estratégia baseada na Inovação Disruptiva.
Lançada em 1997, a Netflix surgiu como uma empresa de aluguer de vídeo que se diferenciava da sua concorrência por oferecer o serviço de envio de DVDs ao domicílio.
Na altura, a Blockbuster era líder deste mercado e tinha tido um crescimento extraordinário desde o seu aparecimento (1985), contando com mais de 2.800 lojas espalhadas pelo mundo.
Uma grande parte do lucro da Blockbuster resultava da cobrança de taxas de entrega atrasadas. Em contrapartida, a Netflix não cobrava taxas por entregas dos DVDs em atraso, um aspeto que incomodava muitos clientes da Blockbuster.
A Netflix apresentava outras vantagens no seu modelo de negócios, nomeadamente, conseguir operar a custos mais reduzidos por não ter localizações físicas, e por disponibilizar, a qualquer momento, uma grande variedade de conteúdos aos seus consumidores.
Para competir com a Netflix, a Blockbuster lançou um serviço de aluguer de DVDs online, em que não eram cobradas taxas extra aos clientes que se atrasassem a devolver os DVDs, mesmo adotando esta nova estratégia, não conseguiu ter sucesso.
Em 2010, a Blockbuster não aguentou a concorrência e faliu. Atualmente, a Netflix é uma empresa avaliada em mais de 28 mil milhões de dólares (aproximadamente 10 vezes o valor da Blockbuster).
No fundo, a Blockbuster não conseguiu prever a evolução que poderia acontecer no mercado após a introdução da estratégia inovadora da Netflix. O modelo de negócio da Blockbuster acabou por ser ultrapassado.
O caso da Netflix permite constatar que a adoção de uma metodologia baseada na Inovação Disruptiva produz vários benefícios para a empresa e para a sociedade. Para uma aplicação de sucesso do conceito torna-se fundamental saber o seu significado, como e por quem deve ser adotado. Como disse Clayton M. Christensen:
“Aplicar a teoria corretamente é essencial para perceber os seus benefícios”
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